06 setembro 2008

A fonte primordial

O Zen lhe pede que deixe de lado a cabeça e volte-se para a fonte primordial... Não é que o Zen não esteja a par dos usos da energia na cabeça; mas, se toda a energia for usada na cabeça, você nunca se dará conta da sua eternidade...

Você nunca conhecerá como uma experiência o que é tornar-se uno com o todo. Quando a energia fica restrita ao centro, pulsando, quando ela não está se deslocando para parte alguma, nem para a cabeça e nem para o coração, permanecendo na própria fonte de onde o coração a retira, aonde a cabeça vai buscá-la, pulsando na própria fonte -- esse é o significado exato do Zazen.

Zazen quer dizer apenas que, se você permanece na própria fonte, sem deslocar-se para parte alguma, uma força imensa se levanta, uma transformação de energia em luz e amor, em uma vida maior, em compaixão, em criatividade. Ela pode assumir formas variadas. Primeiramente, porém, você tem que aprender como permanecer na fonte. Depois, então, a fonte decidirá onde está o seu potencial. Você pode relaxar na fonte, e ela o levará ao seu próprio potencial.

Osho The Zen Manifesto: Freedom from Oneself Chapter 11

23 junho 2008


Este é o jeito Zen: não dizer as coisas até o fim. Isso precisa ser compreendido, pois é uma metodologia muito importante. Não dizer tudo significa dar uma oportunidade para que o ouvinte complete o que está sendo dito.Todas as respostas vêm incompletas. O mestre só lhe terá dado uma direção... No momento em que você chegar ao limite, você saberá o que irá permanecer. Sendo assim, se alguém estiver tentando compreender o Zen intelectualmente, irá fracassar. Não se trata de uma resposta para uma pergunta, mas de algo maior do que a resposta. Trata-se da indicação da própria realidade... A natureza do buda não é coisa muito distante: a sua própria consciência é natureza de buda. E a sua consciência é capaz de testemunhar as coisas que constituem o mundo. O mundo chegará a um fim, mas o espelho permanecerá, espelhando o nada.
Osho Joshu: The Lion's Roar Chapter 5

Paciência

Em silêncio e à espera, alguma coisa dentro de você vai crescendo -- o seu autêntico ser. Um dia ele salta e se transforma numa labareda, e a sua personalidade inteira é estilhaçada: você é um novo homem. E esse novo homem sabe o que é uma cerimônia, esse novo homem conhece os sumos eternos da vida.

Osho Zen: The Diamond Thunderbolt Chapter 10

22 junho 2008


Do mosteiro

Um mestre Zen recebeu uma bela área de terra, para que pudesse edificar um mosteiro.

O mestre precisou viajar por algum tempo, e deixou a construção a cargo de seus discípulos.

Quando voltou - cinco meses depois - nada havia sido feito. Os discípulos já haviam encomendado vários estudos aos arquitetos locais, mas não conseguiam encontrar o projeto ideal.

Um deles perguntou ao mestre:

“Qual dos projetos devemos levar adiante? Como devemos proceder para tomar a decisão certa?”

O mestre respondeu:

“Quando se quer o bem, os resultados são sempre bons”.

Libertos do medo de errar, a decisão foi tomada. E o resultado foi magnífico.

(Conto Zen)
Repassado pelo Michel, através do grupo do Zen Sul.
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14 junho 2008

Tem sido comum ouvir algumas pessoas fazerem a saudação "Om Shamti!", "Namastê!".
Segue então o significado destas, retirado do blog Tudo sobre Eva

"Shanti significa literalmente Paz em sânscrito, uma língua clássica da Índia, o equivalente asiático ao nosso latim, com a diferença de ainda hoje estar viva e ser uma das línguas oficiais da Índia.

O sânscrito é também uma língua sagrada, sendo o seu alfabeto originário o devanagari, "a escrita da cidade dos deuses".

O sânscrito existe há mais de 5 mil anos. É uma língua muito matemática (imagino que seja do tipo do latim e do alemão, com declinações) e, tal como a música, assenta na matemática. Daí o carácter sagrado, pois dizem os Mestres que tal como a música, o sânscrito tem o poder de tocar o coração e leva à iluminação da expressão criativa.

O sânscrito é também a linguagem dos mantras – palavras que, repetidas um cem número de vezes, têm o poder de remover os condicionamentos da mente, por estarem em sintonia sutil e direta com a harmonia invisível. Daí a sua utilização na meditação, pois enquanto estamos a repetir um mantra ou a visualizar mentalmente um símbolo estamos a «limpar» a mente de pensamentos.

OM SHANTI é um mantra e é também uma saudação, especialmente se colocarmos as mãos em forma de oração junto ao peito. É uma forma de desejar «a paz do universo» ao outro. É difícil a tradução literal, mas aqui vai uma tentativa...

Om siginifica Deus, o Universo, é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo, a substância essencial que constitui todos os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. OM ou AUM, tal como Amen e Ahmeen significa o Divino que se manifesta tal como é. OM é o “verbo” em si, o som, a palavra; “no princípio era o verbo”, o que significa o primeiro som ou vibração do qual todos os outros nomes e formas derivam e ao qual todos retornam. Aquele desenho semelhante ao número 30 que aparece em quase todos os livros e entidades de Yoga é o OM. Traçado em caracteres, é um yantra (símbolo visual que se utiliza na meditação). Pronunciado, é um mantra. OM é o símbolo universal do Yoga, para todo o mundo, todas as épocas e todos os ramos de Yôga. Entretanto, cada Escola adopta um traçado particular que passa a ser seu emblema. Isto pode ser percebido por um iniciado pela simples observação da caligrafia adotada.

OM SHANTI é, pois, uma saudação comum entre praticantes de Yoga, no ínicio e no fim da prática, por exemplo.

Bem mais correcto do que dizer NAMASTÊ, que significa «Olá» (ou «Adeus», se for dito na despedida) na linguagem comum da Índia, o hindi."

16 fevereiro 2008

11 fevereiro 2008

Revolução Humana

Vamos iniciar o dia de hoje com renovada e revigorada disposição. Vamos avançar energicamente, fazendo com que nossa vida brilhe com todo o esplendor, assim como o sol nascente. Cada dia é um novo desafio. Cada dia é uma oportunidade de nos treinarmos e melhorarmos. Cada dia é uma batalha para evoluirmos em nossa revolução humana. Meu mestre Jossei Toda costumava dizer: "Desenvolvam-se com a fé; assim, vocês realmente conseguirão brilhar da forma mais bela." É muito importante que os líderes continuem a se desenvolver a cada dia, o que significa desafiar a própria fraqueza e romper cada uma de suas limitações pessoais. Isso significa realizar a revolução humana.



BS, 1916

09 fevereiro 2008

O Néctar da Consciência

O seu inconsciente tem noventa e nove por cento e sua consciência, apenas um por cento. Você não pode confiar nela.

Observe-a e não ajude o inconsciente.

Quando alguma coisa acontecer e o seu inconsciente começar a tomar posse da sua consciência, torne-se observador, torne-se alerta.

Por exemplo, a raiva surge: ela surge do inconsciente, a fumaça vem do inconsciente; então, ela se espalha pela sua consciência e você fica bêbado com ela. Então, você pode fazer alguma coisa que você nunca faria de sã consciência.

Espere.

Esta não é a hora de dizer uma única palavra ou de fazer qualquer coisa.

Feche a sua porta, sente-se silenciosamente, observe esta raiva surgindo e descobrirá uma chave.

Se você observar esta raiva surgindo, verá: pouco a pouco a raiva se apazigua.

Ela não pode permanecer para sempre; ela tem uma certa quantidade de energia, uma certa potencialidade. Quando se exaure, ela se retrai; e quando se retrai e se reassenta dentro de você, você verá uma mudança, uma mudança qualitativa no seu ser.

Você se tornou mais consciente.

A energia que estava começando a ser destrutiva foi usada pela sua consciência.

E agora, a consciência queima mais brilhante – a partir da mesma energia.

Este é o método interior de como transformar o veneno em néctar.

Quando você está se sentindo muito sexual, e está sendo possuído pela paixão, este não é o momento de fazer qualquer coisa.

Feche as suas portas, medite sobre a sua sexualidade.

Deixe-a surgir, deixe-a sair da noite escura dentro de você. Deixe-a se espalhar.

Logo você verá que ela se assentou novamente e a sua consciência está queimando mais brilhante do que nunca.

Você a absorveu, ela se tornou um néctar.

Osho

Somos o que quisermos

Somos aquilo que sentimos e percebemos. Se estamos zangados, somos a raiva. Se estamos apaixonados, somos o amor. Se contemplamos um pico nevado, somos a montanha. Ao assistir a um programa de televisão de baixa qualidade, somos o programa de televisão. Enquanto sonhamos, somos o sonho. Podemos ser qualquer coisa que quisermos, mesmo sem uma varinha mágica.

Extraído do livro "O sol meu coração" de Thich Nhat Hanh

Budha in The Garden





06 fevereiro 2008

Desfazendo Equívocos

Se você quer milagres, não procure o budismo. O supremo milagre para o budismo é você lavar seu prato depois de comer.

Se você quer curar seu corpo físico, não procure o budismo. O budismo só cura os males de sua mente: ignorância, cólera e desejos desenfreados.

Se você quiser arranjar emprego ou melhorar sua situação financeira, não procure o budismo. Você se decepcionará, pois ele vai lhe falar sobre desapego em relação aos bens materiais. Não confunda, porém, desapego com renúncia.

Se você quer poderes sobrenaturais, não procure o budismo. Para o budismo, o maior poder sobrenatural é o triunfo sobre o egoísmo.

Se você quer triunfar sobre seus inimigos, não procure o budismo. Para o budismo, o único triunfo que conta é o do homem sobre si mesmo.

Se você quer a vida eterna em um paraíso de delícias, não procure o budismo, pois ele matará seu ego aqui e agora.

Se você quer massagear seu ego com poder, fama, elogios e outras vantagens, não procure o budismo. A casa de Buda não é a casa da inflação dos egos.

Se você quer a proteção divina, não procure o budismo. Ele lhe ensinará que você só pode contar consigo mesmo.

Se você quer um caminho para Deus, não procure o budismo. Ele o lançará no vazio.

Se você quer alguém que perdoe suas falhas, deixando-o livre para errar de novo, não procure o budismo, pois ele lhe ensinará a implacável Lei de Causa e Efeito e a necessidade de uma autocrítica consciente e profunda.

Se você quer respostas cômodas e fáceis para suas indagações existenciais, não procure o budismo. Ele aumentará suas dúvidas.

Se você quer uma crença cega, não procure o budismo. Ele o ensinará a pensar com sua própria cabeça.

Se você é dos que acham que a verdade está nas escrituras, não procure o budismo. Ele lhe dirá que o papel é muito útil para limpar o lixo acumulado no intelecto.

Se você quer saber a verdade sobre os discos voadores ou sobre a civilização de Atlântida, não procure o budismo. Ele só revelará a verdade sobre você mesmo.

Se você quer se comunicar com espíritos, não procure o budismo. Ele só pode ensinar você a se comunicar com seu verdadeiro eu.

Se você quer conhecer suas encarnações passadas, não procure o budismo. Ele só pode lhe mostrar sua miséria presente.

Se você quer conhecer o futuro, não procure o budismo. Ele só vai lhe mandar prestar atenção a seus pés, enquanto você anda.

Se você quer ouvir palavras bonitas, não procure o budismo. Ele só tem o silêncio a lhe oferecer.

Se você quer ser sério e austero, não procure o budismo. Ele vai ensiná-lo a brincar e a se divertir.

Se você quer brincar e se divertir, não procure o budismo. Ele o ensinará a ser sério e austero.

Se você quer viver, não procure o budismo, pois ele o ensinará a morrer.

Se você quer morrer, não procure o budismo, pois ele o ensinará a viver.

Reverenda Yvonette Silva Gonçalves

04 fevereiro 2008

Semente da paz interior

A chave de tudo é o coração puro, nossa própria aspiração altruísta, nossa motivação pura. Suas ações e as dos outros podem não ser tão diferentes; a diferença está no coração, na motivação que o leva a agir. E é isso que faz toda a diferença no resultado de suas ações no mundo. Você precisa ter a pureza de seu próprio coração, a pureza de sua postura e intenções com relação aos outros e ao mundo à sua volta. Esta é a semente da paz interior.

Chagdud Tulku Rinpoche, retirado de Samsara

Oito versos que transformam a mente

Certa vez Geshe Chekawa, um monge tibetano que dominava inúmeros ensinamentos de diversas escolas, se deparou com uma tira de papel contendo um trecho de duas linhas e se maravilhou:

Ofereça o ganho e a vitória aos outros.
Tome a perda e a derrota para si mesmo.

Então, procurou até encontrar um mestre nessas instruções: Sharawa, discípulo de Geshe Langri Thangpa (mestre Kadampa do século XII, o autor da prática). Ao questioná-lo sobre a natureza daquelas linhas, teve a resposta:

- Goste ou não desse ensinamento, você só pode dispensá-lo se não quiser alcançar o Estado de Buda.

Sharawa aceitou Chekawa como discípulo e o instruiu durante anos nessa prática que era a sua principal, denominada "Os Oito Versos que Transformam a Mente" (ou "Os Oito Versos de Langri Thangpa").

Após 6 anos de treinamento constante, o discípulo se realizou, eliminando todo e qualquer traço de egoísmo. Os oito versos são:

1. Com a determinação de alcançar
O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,
Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.

2. Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender
A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas,
E, com todo respeito, considerá-las supremas,
Do fundo do meu coração.

3. Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente
E, sempre que surgir uma emoção negativa,
Pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.

4. Vou prezar os seres que têm natureza perversa
E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,Muito difícil de achar.
5. Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,
Ou a insultarem e caluniarem,
Vou aprender a aceitar a derrota,
E a eles oferecer a vitória.

6. Quando alguém a quem ajudei com grande esperança
Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
Vou aprender a ver essa outra pessoa
Como um excelente guia espiritual.

7. Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção,
Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
E a tomar sobre mim, em sigilo,
Todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.

8. Vou aprender a manter estas práticas
Isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
E, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios,
Serei libertado da escravidão do apego.

As oito preocupações mundanas são:

1. Gostar de ser elogiado
2. Não gostar de ser criticado
3. Gostar de ser feliz
4. Não gostar de ser infeliz
5. Gostar de ganhar
6. Não gostar de perder
7. Desejar ser famoso
8. Não gostar de ser ignorado

Esse texto foi ensinado por S.S. o Dalai Lama no Brasil em abril de 2006, no templo Zu Lai, em Cotia (SP).
Retirado de Samsara